sábado, 23 de agosto de 2008

SEGUNDO CASAMENTO

Antonio Hercules Romualdo Florence
Dona Carolina Krug

" Aos quatro de Janeiro de mil oitto centos e cincoenta e quatro em casa de Camillo Chavier Bueno da Silveira com portaria do reverendissimo Vigario Geral que dispensou o impedimento culta disparitas com habilitação depois de proclamados e não havendo outro impedimento e receberão em matrimonio em minha presença e das testemunhas o alferes Raimundo Alves dos Santos Prado e Jorge Krug dando cada um o consentimento com palavras de presente Antonio Hercules Romualdo Florence viuvo por óbito de Dona Maria Angélica de Vasconcellos e Dona Carolina Krug filha legítima de João Henrique Krug e da Dona Isabel Krug sendo o Contrahido Catholico Romano e a Contrahida da religião Protestante e por isso se receberão na forma do breve do Pio 7° que consagra Apostólica Sedes Benignitas de 4 de Outubro de mil oito centos e vinte e dois, todos desta Parochia.

O Vigario João M. d' Almeida Barbosa
a) Hercules Florence
b) Carolina Krug

Como testemunhas
a) Jorge G. H. Krug
b) Raymundo Alvares dos Santos Prado Leme "

PRIMEIRO CASAMENTO

“Certifico que no dia quatro de Janeiro de mil oito centos e trinta , n' esta Sé, pelas sete horas e meia da manhan, sem impedimento algum, dispensadas todas as diligencias ordinarias, e o tempo, por Despacho do Illustrissimo Chantre Juiz de casamentos, Lourenço Justiniano Ferreira, em data de dous de Janeiro do corrente anno, o qual Despacho, p. me est, em minha presença, e das testemunhas abaixo assignadas, o Pay da Contrahente Francisco Alvares Machado, e o Alferes José Alvares Machado, com procuração de Joaquim Theobaldo Machado e Vasconcellos, depois de terem os contrahentes sido confessados, e prestado seus depoimentos, se receberam em matrimonio por marido e mulher, por palavras de presente, Antonio Hercules Romuald Florence, nascido e baptisado em Nice, filho legitimo de Arnaldo e Augustinha, com Dona Maria Angelica de Vasconcellos, natural e baptisada na Villa de Ytú, e filha de Francisco Alvares Machado, ora residentes, isto é, freguezes da Villa de S. Carlos. _ E na mesma ocasião pelo Despacho referido lhes dei as Bençans Nupciaes, na fórma costumada n' esta Igreja. Era ut supra. S. Paulo. O Cura , Manuel da Costa Almeida, Francico Alvares Machado e Vasconcellos, José Alvares Machado e Vasconcellos. _ Por ordem do Illm. e Revm. Sr. Vigario Geral dos Casamentos vai esta certidão remettida ao Illm. e Revm. Sr. Vigario da Villa de S. Carlos, onde os contrahentes são freguezes.
Sé, 4 de Janeiro de 1830. _ O Cura Manuel da Costa Almeida ".

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ARNAUD FLORENCE

Fé de Oficio

Estado abreviado dos serviços do falecido Arnaud Florence, nascido em Toulouse em 29 de abril de 1749; falecido em Mônaco em 14 de outubro de 1807, deixando mulher e quatro filhos em tenra idade sem bens nenhuns.

1. De 1767 a 1775, sargento cirurgião no Regimento “Royal Comtois”, empregado na qualidade de segundo cirurgião no Hospital do grande Porto na Ilha de França e na de Cirurgião – chefe no transporte de guerra real a Seyne e na de Cirurgião no vaso de guerra Comte de Menon.

2. De 1792 ao ano IV cirurgião mor do 3º batalhão de voluntários do Departamento da Haute Garonne.

3. Do ano IV ao fim do ano IX cirurgião de 2ª classe, empregado no Hospital militar permanente de Nice, hospital esse suprimido nessa época.

4. Do ano VIII ao ano XIV professor de desenho na escola central do Departamento dos Alpes Marítimos e na da circunscrição (arrondissement) de Nice, tendo mesmo exercido este emprego gratuitamente durante mais de um ano no tempo da organização da Escola secundária.

5. No ano IX e X, comissário encarregado pelo prefeito do Departamento dos Alpes marítimos de percorrer esse departamento para colher e redigir notícias sobre Estatística.

6. No ano 1806 a 1807, perceptor (coletor) das contribuições diretas em Vintimille, distrito de São Remo, Departamento dos Alpes Marítimos.

Certificado conforme e verdadeiro pelos originais que nos foram apresentados.
Mônaco, 23 de julho de 1823.
Os cônsules da Cidade de Mônaco (com o selo) Saussa, J. Massa.

(Bourroul, Estevam Leão. Hércules Florence (1804-1879): ensaio histórico-literário. São Paulo, Tipografia Andrade e Mello, 1901).

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Hércules, Política e crise moral

Atualmente, a crise moral se alastra pelo mundo, aquecendo instintos e esfriando sentimentos. Porém, Hércules, em 1827, tanto se impressionou com a imoralidade que mais tarde escreveu: “não diria que seja geral em Cuiabá a dissolução, mas em nenhuma parte vi tão grande tendência para o desregramento”. Entre as causas dessa decadência moral, citou a cobiça pelo ouro, o calor do clima e a facilidade em se viver sem quase trabalhar.
Hércules denotava preocupação com o bem estar do ser humano e da vida em sociedade. Sua inclinação para o socialismo faz supor que conhecia as idéias de socialistas utópicos franceses. Conviveu com políticos do Partido Liberal e, segundo o historiador Aluisio de Almeida, pertencia à Sociedade dos Patriarcas Invisíveis que tinha como um dos objetivos opor-se às arbitrariedades do governo. Foi amigo do Regente Feijó e, segundo o historiador Mello Pupo, amigo íntimo de Antonio Manuel Teixeira, chefe da revolução liberal em Campinas. Não há dúvida que se arriscou pelos seus ideais, produzindo em sua tipografia o jornal dos revolucionários.
Apesar de suas convicções políticas, manteve a virtude e a integridade que caracterizavam seu caráter. E deixou para seus descendentes essa preciosa herança que determina a maneira íntima de ser de cada um e exerce a melhor proteção contra crise de valores sociais. Disso resulta um modo de agir que corresponde ao que ele escreveu em seu diário de viagem: “... o homem, em verdade, nasceu para Deus: seu coração só aguarda os bons ensinamentos, principalmente o bom exemplo”.
Texto publicado no Editorial do informativo da família Florence, "Olhar Florence", Ano 2 - nº 6 - 2007, autor Francisco Florence Neto.